cidade vista de. cima para representar o aluguel de ações

Aluguel de Ações: O Guia Completo

O aluguel de ações é uma estratégia popular entre investidores de longo prazo, como os Buy & Hold, que desejam rentabilizar suas carteiras sem assumir muitos riscos. A lógica é similar à de alugar um imóvel: você não pretende vender suas ações no curto prazo e pode ganhar uma renda extra.

O que é aluguel de ações?

Alugar ações envolve transferir temporariamente a posse de suas ações para outro investidor em troca de uma taxa, com o compromisso de recuperá-las após um período determinado. O investidor que aluga suas ações é chamado de locador ou doador, enquanto o que as toma emprestadas é o locatário ou tomador.

Como funciona o aluguel de ações?

O doador coloca suas ações à disposição por meio de uma corretora de valores, regulada pela BM&FBovespa, garantindo maior segurança no processo. O tomador solicita as ações à corretora, que, seguindo as mesmas diretrizes, fornece as disponíveis e repassa os juros ao doador.

A imagem ilustra bem uma operação de aluguel, onde o Investidor 1 seria o doador e o Investidor 2 o tomador.
A imagem acima ilustra bem uma operação de aluguel, onde o Investidor 1 seria o doador e o Investidor 2 o tomador.

Perceba que o Investidor 1 coloca para aluguel 100 ações da PETR4 em custódia da BM&FBovespa e o Investidor 2 toma essas ações da BM&FBovespa, deixando como garantia o seu dinheiro e pagando os juros que serão repassados ao Investidor 1.

Por que alugar ações?

Para o locador/doador:

  • Rentabilizar ações paradas: Ganhe com ações que não pretende vender no curto prazo.
  • Manter direitos: Continue recebendo dividendos e bonificações, mesmo com as ações alugadas.
  • Reinvestir: Use os rendimentos do aluguel para comprar mais ações ou diversificar a carteira.

Para o locatário/tomador:

  • Lucro em queda: Venda as ações alugadas e recompre quando o preço cair, lucrando com a diferença.
  • Cobertura em opções: Utilize ações alugadas como garantia em vendas a descoberto ou opções.

Exemplo de operação com aluguel de ações

Na imagem a seguir está um exemplo de uma operação feita com o aluguel de ações, sendo as etapas representadas pelos meses.

ilustração de uma operação feita com aluguel de ações
  1. Mês 1: O Investidor 1 possui 100 ações da PETR4, enquanto o Investidor 2 possui capital, mas não as ações.
  2. Mês 2: O Investidor 1 aluga as 100 ações para o Investidor 2, que paga os juros e vende as ações no mercado.
  3. Mês 3: O Investidor 2 recompra as ações da PETR4 a um preço inferior e devolve-as ao Investidor 1, lucrando com a diferença de preço.

Essa é, provavelmente, a operação mais comum utilizada na Bolsa de Valores com ações alugadas.

Riscos do aluguel de ações

Para o doador, não há riscos significativos desde que a operação seja legal, pois a BM&FBovespa exige garantias do tomador. No entanto, o tomador assume mais riscos, enfrentando variações no preço das ações durante o aluguel e arcar com o custo do aluguel.

Imposto de Renda

O aluguel de ações é classificado como renda fixa, pois não oferece risco ao doador e o remunera com uma taxa pré-acordada no momento do contrato com o tomador, por isso, sofrerá incidência de imposto de renda de acordo com a tabela regressiva sobre os rendimentos.

O imposto de renda sobre os rendimentos pode variar entre 22,5% e 15%, dependendo do prazo do contrato de aluguel. Essa tabela é idêntica ao de outros investimentos de renda fixa, como o Tesouro Direto.

  • Até 180 dias: 22,5%
  • 181 a 360 dias: 20%
  • 361 a 720 dias: 17,5%
  • Acima de 720 dias: 15%

O mais comum é que o prazo de aluguel seja inferior a 180 dias, resultando em uma alíquota de 22,5%.

Taxas de remuneração

As taxas de aluguel de ações variam entre 2% e 5% ao ano, dependendo da demanda e condições de mercado. Essa taxa é definida no momento do contrato de empréstimo das ações com a corretora.

Como alugar ações?

Algumas corretoras permitem que você faça a operação diretamente pelo Home Broker, enquanto outras exigem contato via e-mail ou telefone. Verifique com sua corretora sobre o procedimento específico.

Independente do canal onde você vai fazer a operação, será necessário responder a esses questionamentos:

  • Quantidade do ativo-objeto (ação), em números inteiros e mínimo de 1;
  • Taxa, será a remuneração do doador e obrigação do tomador durante o aluguel;
  • Reversibilidade pelo doador, indica se o doador pode ou não pedir a devolução antecipada das ações;
  • Crédito de margem, habilita ou não os contratos reversíveis como garantia de margem;
  • Data de carência, quando os contratos reversíveis pelo tomador poderão ser renovados ou liquidados antecipadamente.
  • Data de vencimento, é o prazo máximo de vencimento da oferta ou contrato de aluguel.

Avalie seus objetivos

Antes de alugar suas ações, avalie seus objetivos. Lembre-se de que as ações ficarão inegociáveis durante o período do aluguel, e o tomador terá a obrigação de pagar a taxa anual, sem garantia de sucesso em suas operações.

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